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Ocidentalismo: um mito moderno

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Vivemos uma época em que as novidades políticas são tão atuais como o jornal de há pelo menos trezentos anos. De facto, ainda hoje os EUA procuram, sofregamente, consolidar a sua – já mais que consolidada! – posição geopolítica; fazem tremer a economia mundial e, mais que nunca, exultam o quão superior é o American way de se viver a vida ou a política. Por sua vez, se existir alguma aversão com este país transatlântico, podemos sempre, como homólogos “europeus” que somos, observar com brilho a Inglaterra, país que sempre olhara os demais – e em especial a península ibérica – como inferiores, senão mesmo como bárbaros.

O presente cenário, longe de ser novidade, goza de conveniência para escrutinar aquelas que devem ser das ideologias mais inconscientes e perfilhadas no mundo ocidental hodierno: o ocidentalismo de mão dadas com o liberalismo.

Ora, quando nos referimos a “ocidentalismo”, não tratamos aqui de fazer uma apologia ao vitimismo que tantos progressistas gostam de exclamar para justificar a miséria do mundo – por verem o processo histórico com as lentes da ideologia e não como aquilo que verdadeiramente é: história – o passado humano recheado de pessoas e lugares que, naturalmente, estavam agrilhoados às circunstâncias do mundo em que viveram. Do mesmo modo, ao aludirmos ao “liberalismo”, não nos referimos à limitação da intervenção estatal no plano económico, traduzido num qualquer laissez faire. O que se quer tratar é, antes, uma verdadeira doença que não só amputa a história que a Europa tem com o seu passado, como também elimina a possibilidade de ela viver aquela que devia ser sua verdadeira identidade.

Pois bem, mais do que ao........

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