Comporta, quo vadis?
A Comporta tornou-se nos últimos anos um dos destinos mais desejados em Portugal, atraindo turistas de todas as partes do mundo graças à sua combinação única de beleza natural e luxo discreto. Mas, por trás das praias paradisíacas e dos alojamentos de sonho, há um problema estrutural que ameaça o futuro da Comporta: a falta de mão-de-obra.
Este é um desafio complexo, alimentado por várias questões interligadas. A dificuldade de mobilidade na região, a falta de alojamento para trabalhadores e a escassez de serviços essenciais – como unidades de saúde, comércio, escolas ou transportes públicos – criam um cenário onde são os próprios Hotéis que muitas vezes têm de encontrar alojamento para os seus colaboradores e assumir o custo e a logística do transporte para o local de trabalho.
Numa reportagem da SIC transmitida em outubro do ano passado, ouvia o caso de um empresário que comprou um Hotel em Grândola, com 40 quartos, apenas para poder alojar os colaboradores da sua unidade hoteleira na Comporta. Para além disso, o Hotel tem várias carrinhas a fazer recolhas de colaboradores para os levar para o Hotel e depois também no final do turno para regressarem a casa. Tenho falado com responsáveis de outros Hotéis da Comporta e das áreas circundantes e confirmaram-me que este cenário se repete com todos eles.
O crescimento imparável: realidade e projeções
A verdade é que este desafio não se limita apenas à Comporta, mas também às outras zonas com as quais faz fronteira, como Tróia, Carvalhal e Melides, que integram o concelho de Grândola.
A Comporta pertence ao Concelho de Alcácer do Sal, onde o limite de camas turísticas é de 17.565. Não encontrei dados publicados sobre o número de camas turísticas disponíveis na Comporta atualmente, mas a capacidade Hoteleira da região vai aumentar com a inauguração de projetos como o JNcQUOI Comporta, o Pestana Residences e o Pestana Comporta Village, entre outros.
Já no Concelho de Grândola, no início de 2024, o número de camas turísticas atualizado pela Câmara era de 11.893 camas, das quais 5.377 se encontram executadas (3.345 em Tróia), 3.241 em execução e 3.275 aprovadas.
Fonte: Câmara Municipal de Grândola
O número máximo de camas turísticas estabelecido para o concelho de........
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