Comércio livre, educação e moderação
1 “Em regra, as pessoas educadas tendem a acreditar no comércio livre. As pessoas não educadas (‘uneducated’) tendem a duvidar dele. Como pessoa educada que sou, e descendente de quem fez campanha pelo comércio livre no século XIX, eu sou um firme defensor do comércio livre.”
Com estas palavras algo surpreendentes (sobretudo para as ideologias politicamente corretas da esquerda radical e da direita radical), iniciou [Lord] Charles Moore a sua crónica no (conservador) Daily Telegraph de Londres do passado dia 5 de Abril (p. 20). O título, com duas linhas e a seis colunas, não terá sido menos surpreendente para aquelas ideologias: “Trump does not understand the true greatness of America. The US must not turn inwards”.
E deve aqui talvez ser recordado que Charles Moore foi o biógrafo autorizado de Margaret Thatcher (London: Allen Lane, 3 volumes, 2013/2015/2019), estudou em Eton e Cambridge, foi diretor dos conservadores Daily Telegraph e Spectator (da qual é atualmente Chairman).
2 Ainda a propósito da centralidade do comércio livre, poderíamos citar outra “pessoa educada” (em Harrow e em Sandhurst) – Sir Winston Churchill – que em 1906 publicou um livro simplesmente intitulado For Free Trade (London: Arthur L. Humphreys). Aí chegou ao ponto de comparar a defesa britânica do comércio livre com a “britânica supressão do comércio de escravos e com a vitória contra Napoleão em........
© Observador
