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O passe de mágica

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02.02.2025

Com problemas sérios por resolver – os separatismos de sempre, a má gestão do Estado e da economia, a que se juntam as suspeitas de corrupção e favoritismo da mulher e do irmão do chefe do governo espanhol – o que fazer? Talvez agitar o fantasma de Franco e do fascismo. Por que não comemorar o cinquentenário da instauração da democracia no cinquentenário da morte do Generalíssimo, em 20 de Novembro de 1975? A transição podia só se ter concretizado com a Lei para a Reforma Política, submetida a Referendo em Dezembro de 1976 e com as eleições de 1977, ou até, mais exactamente, com a aprovação popular da Constituição, em Dezembro de 1978, mas, com a “extrema-direita” a atacar, o fascismo a espreitar e Trump de regresso à Casa Branca, a celebração da democracia tornava-se urgente – e extremamente conveniente.

Nada como agitar o espectro de Franco para salvar a democracia ameaçada, lembrando aos espanhóis os horrores da ditadura e fazendo-os esquecer a presente má gestão e as suspeitas de corrupção pendentes. O facto de Franco estar morto há meio século e de nada nem ninguém ameaçar a democracia espanhola – senão os separatistas catalães e vascos – era irrelevante.

Cátedras e contratos

Com a mulher, Begoña Gomez, acossada pelos tribunais e a dificuldade em conseguir maiorias no Congresso dos Deputados para aprovação do Orçamento, Pedro Sánchez resolveu então tirar da cartola o coelho mágico da memória de Franco e do........

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