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Guerras culturais

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13.07.2025

Neste meio século, marcado pelo golpe militar de Abril de 1974, pela deriva radical que se lhe seguiu, pela consequente hegemonia do pensamento de esquerda, mesmo entre os partidos à direita do PS, e por uma cultura instalada em que a informação supera de longe a formação, procurar trazer alguma racionalidade e contextualização, por básica que seja, ao inflamado debate político sobre Esquerda e Direita é uma pretensão irrealista. Mas talvez valha o esforço.

A deriva esquerdista em Portugal teve como principais consequências, na Metrópole, as nacionalizações e colectivizações; e, no “Ultramar”, uma descolonização descontrolada (ou habilmente controlada por alguns) que deixou os então territórios ultramarinos entregues a longas e sangrentas guerras civis em Angola e Moçambique. Timor na Insulíndia teve destino semelhante. Dos outros, a Guiné, que estava na raiz do problema, foi para o partido único PAIGC; Cabo Verde seguiu-lhe a sorte e São Tomé e Príncipe também. A confuciana sabedoria, ou o sentido de Estado e de História, levaram os nacionais-comunistas chineses a começar por Hong-Kong o resgate dos seus territórios ao Ocidente, o que nos permitiu, anos mais tarde, fazer em Macau uma transição e descolonização........

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