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O genocídio da razão

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04.08.2025

O corpo martirizado pela fome provocada por Israel do bebé Mohammed Zakaria al-Mutawaq em 2025 sucede-se à tragédia de Huda Ghalia, a menina palestiniana que em 2006 chorava a sua família morta pela explosão duma bomba israelita, quando fazia um pic-nic na praia, ou à agonia de Muhammad al-Durrah, o rapaz que em 2000 morreu nos braços do seu pai baleado por soldados israelitas … Em todos estes casos temos crianças no meio de um sofrimento intolerável causado, dizem-nos, pela brutalidade israelita. Estas três capas daquele que é um dos jornais mais influentes do mundo ilustram esses momentos do genocídio da razão, em que se tornou impossível continuar a defender Israel.

Todos estes casos foram seguidos de ondas de indignação internacional que levaram, eufemisticamente falando, a um maior apoio à causa palestiniana, aos refugiados palestinianos e aos territórios palestinianos (apoio esse que se traduziu invariavelmente em fortes benefícios para movimentos como o Hamas e a Jihad).

Em todos estes casos era verdade o que se via — o corpo de Mohammed Zakaria al-Mutawaq ao colo da sua mãe apresenta óbvios sinais de sofrimento; Huda Ghalia perdeu de facto a sua família numa explosão numa praia de Gaza e Muhammad al-Durrah e o pai estão cercados por balas. Mas em todos estes casos as notícias deram lugar à propaganda: as balas disparadas sobre Muhammad al-Durrah e o seu pai muito provavelmente não foram disparadas por tropas........

© Observador