Era uma vez um bloco de esquerda
Era uma vez um bloco de esquerda. Um partido que durante anos achou que podia moldar Portugal à sua imagem ideológica: um país sem fronteiras, sem propriedade privada, sem empresas “gananciosas”, sem liberdade de opinião para quem discordasse do seu catecismo político. O Bloco de Esquerda (BE), que durante décadas viveu à sombra de causas fraturantes e slogans inflamados, chegou finalmente ao seu desfecho: um único deputado na Assembleia da República. Uma derrota humilhante, que mais do que um acidente eleitoral, representa o cansaço profundo dos portugueses com uma esquerda radical, histérica e cada vez mais desconectada da realidade.
O Bloco sempre teve um talento especial para a gritaria moral. Contra a polícia, contra as fronteiras, contra os senhorios, contra os patrões, contra as grandes superfícies, contra qualquer estrutura que não se submetesse à cartilha do dia. Defender os portugueses, a segurança, a economia real? Isso era “fascismo disfarçado”. O importante era abrir as portas a qualquer um que quisesse entrar no país, sem controlo nem critério, e depois acusar quem questionasse isso de racismo estrutural.
Na questão da imigração, o Bloco escolheu a via da fantasia ideológica. Recusou qualquer debate........
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