Portugal a várias velocidades: a atratividade regional
Portugal não é um país pequeno, é um país concentrado, centralizado e institucionalmente preguiçoso quando se trata de repensar a organização do seu território. A geografia administrativa permanece quase inalterada há décadas. A arquitetura da governação ignora, em grande medida, a diversidade de contextos regionais, e os fundos europeus, que deveriam ser o principal instrumento de transformação territorial, são frequentemente usados para reforçar o que já existe em vez de corrigir desigualdades.
A OCDE tem vindo a desmontar, com precisão analítica e base empírica robusta, a ilusão da homogeneidade territorial em Portugal. Os quatro relatórios publicados no âmbito do programa Rethinking Regional Attractiveness constituem uma avaliação sem precedentes sobre a capacidade das regiões portuguesas para atrair e reter talento, investimento e visitantes. As conclusões são claras: Portugal é um país a várias velocidades, com assimetrias profundas e modelos de desenvolvimento regional desconectados entre si.
O Norte apresenta dinamismo industrial e alguma capacidade de inovação, mas enfrenta riscos demográficos graves e fraca retenção de talento jovem. A Área Metropolitana de Lisboa concentra investimento, conhecimento e........
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