Palavras de ódio e ignorância
Para se proteger dos seus piores inimigos, os que destroem a sua sanidade mental, passe a estar atento à manipulação do sentido das palavras em televisões, rádios, jornais, salas de aula, manuais escolares, livros, cinema, entre outras formas. Tratarei apenas do caso de palavras que terminam no sufixo ismo. Por norma, a técnica linguística é utilizada para ativar de imediato no seu cérebro o instinto negativo de rejeição: o ismo funciona irracionalmente como coisa má. Recorrem a tal sufixo os violadores de mentes para impedir que as pessoas normais compreendam a realidade como é, e se limitem a julgá-la de acordo com a vontade de quem manda. O sociólogo Max Weber foi cristalino: quanto mais compreendemos menos julgamos (assim se constrói a sociedade justa, inteligente, de pessoas livres) e, pelo contrário, quanto mais julgamos menos compreendemos (assim se constrói a sociedade inquisitorial, ignorante, de meros súbditos do poder). A escolha de um ou de outro modelo de sociedade depende do tipo de linguagem que nos é imposto pelas elites donas do poder, hoje viciadas nos ismos. Contra elas, qualquer indivíduo tem de se proteger de tão vil ataque à sua inteligência, sanidade mental, liberdade. Não só. Tem também o dever de proteger os seus filhos, netos, familiares, amigos, concidadãos, pois todo e qualquer cidadão é decisivo numa cultura cívica quotidiana saudável. Razão para a sequência de lições que se segue incidir em quatro exemplos de ismos mentalmente nefastos, que a esquerda impôs de forma massificada: autoritarismo, colonialismo, moralismo e populismo.
Palavra utilizada para banir da vida social a autoridade e assegurar a eterna revolução da esquerda. Autoritarismo é a técnica linguística com tal propósito, uma forma de violação da mente de pessoas normais equivalente à lobotomia, a apagar automaticamente a luz de metade do seu cérebro. Acontece que a liberdade (que fica iluminada) possui o mesmo valor humano e civilizacional que a autoridade (que é apagada). A primeira existe para funcionar em contexto social (espaço aberto ou público) e a segunda existe para funcionar em contexto institucional (espaço reservado aos agentes de dentro, como os membros de uma família, escola, igreja, justiça, equipa desportiva, etc.). O apagamento premeditado de metade do cérebro desequilibra-o no seu conjunto, uma vez que a complexidade da mente humana necessita da tensão construtiva mútua entre contrários para se autoequilibrar (liberdade/autoridade). A palavra pejorativa autoritarismo elimina instintivamente........
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