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A amnésia intermitente: jantares de luxo e jejuns de memória

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08.09.2025

Em Portugal, a política e a justiça transformaram-se num teatro onde a desmemória é a estrela principal. José Sócrates, quando questionado sobre um jantar com Ricardo Salgado; o “Dono Disto Tudo” do império Espírito Santo, respondeu com hesitações, como se não soubesse se esteve presente ou não. Não recordar um encontro com o homem mais poderoso da banca portuguesa é, no mínimo, um insulto à inteligência dos cidadãos. É aqui que surge a ironia: a estratégia da “falta de memória” parece ter-se convertido num jejum intermitente de lembranças. Sócrates não se esquece de tudo, esquece apenas o que lhe convém, saltando recordações como quem salta refeições.

O “não me lembro” tornou-se o bordão predilecto dos políticos portugueses encurralados em processos judiciais. É uma arma de defesa........

© Observador