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25 de abril - Alienação Parental

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26.04.2025

O Dia 25 de abril assinala o Dia Internacional de Combate à Alienação Parental. É uma data importante para que toda a sociedade se consciencialize dos malefícios causados pela alienação parental e da importância da igualdade parental. Como nos partilhou o João, um pai alienado, o:

“25 de Abril não rima com Alienação Parental. O feriado que celebra a Revolução do 25 de Abril traz-nos à memória valores como a liberdade, democracia e promoção dos direitos humanos. Por isso, é fundamental que todos os anos se assinale a importância desta data, para que não haja qualquer tentativa de inverter as regras de funcionamento da nossa sociedade”.

Neste dia, diversas organizações e grupos de apoio promovem campanhas de sensibilização, palestras e discussões sobre o tema, de forma a sensibilizar e educar as pessoas sobre a importância de proteger o bem-estar das crianças e adolescentes e garantir que tenham relacionamentos saudáveis com ambos os pais, independentemente das circunstâncias que levaram à sua separação.

Para assinalar o Dia Internacional de Conscientização para a Alienação Parental, desafiei Inês e Laura, duas filhas vítimas de alienação (agora jovens adultas); Jorge, António e João, três pais alienados; Joana, Anamare, Teresa, Catarina, Francisca e Vera, seis mães alienadas; Sara, uma madrasta com um enteado alienado; Rita e Luísa, duas avós com netas alienadas; e Rui, um tio com um sobrinho alienado (nomes fictícios), famílias que acompanhei e acompanho, para construirmos um texto com os testemunhos reais sobre caminhos percorridos, sentimentos sentidos e mensagens partilhadas de consciencialização para a alienação parental. Como testemunha Sara: “Hoje, 25 de abril, assinala-se o Dia Internacional da Consciencialização sobre a Alienação Parental. Um dia que, para muitos, pode passar despercebido, mas que, para tantas famílias, representa dor, saudade, silêncio e uma luta”.

Uma das expressões dos conflitos parentais é a alienação parental que se deve considerar como uma forma de violência, uma vez que se trata de um grave maltrato psicológico e abuso emocional infantil, uma tentativa de anulação da imagem do outro pai/mãe na vida de um filho. A alienação Parental é Violência Doméstica, refere o Jorge: “A Alienação Parental será reconhecida social e judicialmente tal como a Violência Doméstica o foi”. A alienação Parental é Violência Emocional, partilham a Joana: “Mas o sistema raramente está preparado para lidar com este tipo de violência, sim, violência emocional, que tantas mães (e pais, também) enfrentam em silêncio”, e a Sara: “Alienar é afastar. E afastar quem ama é um ato de violência emocional. Nenhuma criança deveria crescer privada do amor que a rodeia”.

O foco da intervenção sobre situações de alienação parental deve ser os filhos/as, de maneira a corresponder à proteção urgente/imediata das crianças e adolescentes que são vítimas de divórcios conflituosos/alienação parental, mas que são pessoas de direitos próprios, como nos confidenciou o António: “Infelizmente sei bem o que é o fenómeno da Alienação. Não posso afirmar que o meu caso será mais grave que os outros, pois todos eles são de uma gravidade extrema e por demais, com a utilização de seres inocentes para atingir objetivos pessoais, vinganças, dinheiro, poder, seres que nunca deveriam ser envolvidos nestes temas e deles ser sempre protegidos e preservados”.

André testemunhou que, quando a alienação parental se torna uma realidade numa família, pode ser uma experiência devastadora e confusa para todos os envolvidos que ficam sem saber como atuar: “Quando a Alienação Parental nos “bate à porta”, não sabemos como agir, ficamos desnorteados”. No testemunho do Tio Rui podemos perceber que isso se pode dever ao facto da alienação ser desconhecida por muitas pessoas, ou por se julgar que só acontece aos outros até aparecer nas vidas das famílias: “Sem saber na altura, mas julgávamos mal quem passava por isso – este preconceito não nos preparou para o que nos aconteceu anos depois. Éramos inocentes e romantizamos o amor, achando que tudo poderia acabar em harmonia e boa intenção. Agora fomos apanhados fracos e sem saber como lidar com o dia a dia de decisões, sem malícia, sem saber nos defender”.

Joana referiu-se ao facto de a alienação Parental entrar nas famílias pela calada, de uma forma dolorosa e silenciosa, sendo depois uma realidade que magoa: “A alienação parental é uma dor silenciosa, escondida nas palavras e gestos, que vai afastando os filhos dos pais sem que ninguém perceba a gravidade do processo… Vejo os meus filhos a afastarem-se de mim, e o meu coração grita por eles todos os dias, é como se o mundo tivesse ficado surdo à dor de uma mãe magoada”. Sara acompanhou esta perceção: “Hoje escrevo para todas as famílias que vivem esta dor silenciosa. Para todas as madrastas como eu, que construíram uma relação com base no afeto e no compromisso, e que viram esse vínculo ser........

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