Duas faces da mesma moeda
Quando se lança uma moeda ao ar, os segundos de expectativa parecem eternos. Há algo de mágico na imprevisibilidade de não sabermos o resultado. Lados diferentes, faces opostas e um suposto mundo de distância entre elas.
No Benfica dos últimos 20 anos, a moeda está viciada. Com o aproximar das eleições do maior clube português, é inevitável não se falar em Rui Costa e Luís Filipe Vieira. Desde 2003, são estas as duas figuras que lideraram o Sport Lisboa e Benfica. Inseparáveis desde 2008, altura em que Rui Costa passou a integrar a estrutura do clube, adversários em 2025, onde ambos são candidatos a presidente.
Rui Costa chegou ao poder em 2021. Primeiro, devido à queda judicial de Vieira e, depois, legitimado nas urnas por cerca de 85% dos sócios. Falava-se em rutura geracional, em mudança do modus operandi e numa aura criada à volta de um dos grandes ídolos dos adeptos e de um dos primeiros jogadores formados no Benfica a ter uma carreira internacional ao mais alto nível e a decidir terminar a carreira na Luz. Uma história bonita protagonizada por um benfiquista inquestionável.
Até aí, creio que todos os benfiquistas (mesmo aqueles que não admitiam para fora) olhavam para esta história como uma espécie de conto de fadas. Rui Costa gozava de uma legitimidade quase inerente para liderar os destinos do........
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