Singelo fio de algodão
Havia em casa dos meus avós um candeeiro de parede. Era de vidro, acendia-se com um fio de algodão que puxava com a minha mão de cinco anos. Estranhei que, tantos anos depois, me tivesse comovido a lembrar-me de uma coisa insignificante como um candeeiro. Mas subitamente deu-me uma vontade incontrolável de o acender e ficar a ver a luz que dava, através do vidro fosco, uma luz amarelada que, em menina, me parecia elegante, como eu achava que era a minha avó (todas as coisas elegantes eram a minha avó para a criança que fui, o maço de cigarros, as pérolas, que raramente usava, as camisolas de malha, o cheiro do cabelo liso, acabado de secar). O candeeiro era apenas isso, um candeeiro, não há mais nada a dizer. Recordo-me do último dia em que o vi, quando visitei o apartamento dos meus avós após a sua morte, estava este a ser esvaziado. O candeeiro........





















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