Portugal na Europa: entre o cheque e a cegueira estratégica
Portugal continua a encarar a Europa como um multibanco com bolsos largos e a exigência baixa. Esta visão infantilizada da União Europeia — como uma fonte quase mágica de fundos e subsídios, e não como um espaço político onde se joga o futuro estratégico do país — permanece enraizada tanto no Governo como na oposição. Em 2025, isso já não é apenas provinciano: É irresponsável.
No centro desta crítica estão anos de governos que, apesar dos discursos europeístas, têm falhado em apresentar uma verdadeira visão estratégica para a posição de Portugal na política europeia. As prioridades continuam a ser anunciadas em tom genérico — “mais crescimento”, “transição digital”, “valorização dos fundos” — mas sem a substância que as transforme em políticas claras com metas quantificáveis.
Quando confrontados com dossiers como os pacotes Omnibus para a competitividade e simplificação, o novo plano industrial europeu ou o Quadro-Financeiro Plurianual, respondemos mais como um gestor de expediente do que como um país com preocupações........
© Observador
