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Pós-verdade, fake news e o poder (silencioso) da comunicação

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23.09.2025

Em 2016, o Dicionário Oxford escolheu o termo “pós-verdade” (post-truth) como a palavra do ano. O adjetivo descreve situações em que os factos têm menos peso na formação da opinião pública do que os apelos à emoção e às convicções pessoais – uma palavra do ano com quase uma década que hoje continua a ser tão presente e relevante. Aliás, basta folhear o jornal ou assistir ao noticiário para encontrar alguns exemplos de como a forma se eleva perante o conteúdo, como o recente escândalo político servido em forma de hambúrguer.

E não fosse a pós-verdade suficientemente perigosa, por vezes caminha lado a lado com um grande público que não tem as ferramentas suficientes para a absorver. O relatório Trends Shaping Education 2025, tornado público este mês, revela que Portugal, ao contrário da maioria dos países da OCDE, regista níveis de escolaridade significativamente inferiores à média. Com 38% da população adulta sem diploma de ensino secundário, o país revela fragilidades estruturais a vários níveis, tais como a formação de competências críticas e analíticas – ou seja, uma parcela muito relevante dos portugueses não está preparada para receber, analisar, refletir e decidir sobre a informação a que tem acesso.

Quando estas duas realidades se cruzam, não é exagero dizer que a........

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