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Internacionalizar a Cultura Portuguesa

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19.02.2025

A leitura de notícias sobre as exposições que, em 2025, se vão realizar em todo o mundo, com especial destaque na Europa, será um exercício fascinante mas ao mesmo tempo penoso para os leitores residentes em Portugal. Por um lado, permitirá aos mais afortunados planearem viagens às cidades que participam nessa rede internacional de circulação de oferta cultural. Por outro, expõe de forma crua a persistente ausência das cidades portuguesas dos circuitos internacionais de artes plásticas. Em simultâneo, uma leitura atenta da oferta cultural dos teatros portugueses, em especial dos teatros com estatuto de nacional, expõe também a sua quase permanente condição excêntrica em relação às redes de produção teatral europeia.

Através destes exemplos, mas outros haverá certamente, evidencia-se a exclusão quase absoluta de grande parte das organizações culturais portuguesas de redes culturais internacionais de produção e de circulação, não permitindo aos públicos nacionais o acesso a uma extensa oferta cultural e não promovendo a circulação de produção cultural portuguesa nesses mesmo circuitos. Mesmo no que se refere à relação com o Atlântico Sul, tantas vezes enaltecida como referencial na cultura portuguesa, verificamos que a relação de uma parte significativa das organizações culturais portuguesas com as suas congéneres de Angola, Cabo Verde e Brasil é reduzida ou simplesmente inexistente.

Por que motivo as principais instituições culturais portuguesas sob tutela do Estado se mantêm fora dos circuitos internacionais? Por que razão o Governo não assume a cultura como um activo económico estratégico que pode e deve ser exportado e não reconhece o património e a criação contemporânea não só como tesouros nacionais mas também como um soft power insubstituível? Em........

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