Deixem os tomates em paz!
Numa ida recente ao mercado, vivi um momento digno de um filme noir hortícola. Ao pedir um saco para levar tomates, o feirante, em tom conspirativo, puxou discretamente de um rolo escondido e sussurrou: “Leve este de plástico… o de papel rasga com o peso”. Por um segundo, senti que estava a cometer um crime ambiental — o tráfico do saco proibido.
A cena, que faria corar qualquer fiscal da ASAE, diz muito sobre o absurdo a que chegámos. Não é que eu seja contra proteger o planeta — antes pelo contrário. Mas há limites para o nonsense disfarçado de virtude ecológica.
Na mesma banca onde o saco de plástico é proibido, encontrei morangos e........
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