Ai Portugal, Portugal, de que estás à espera?
Portugal vai novamente a votos, pela quarta vez em pouco mais de cinco anos. Desde 6 de outubro de 2019, temos ido às urnas, em média, a cada 1 ano, 10 meses e 15 dias — uma frequência superior à observada durante a Primeira República. Esta elevada rotatividade eleitoral reflete a instabilidade política que o país tem vivido nos últimos anos, marcada por divisões acentuadas entre forças políticas e pela ascensão de movimentos radicais e populistas que se apresentam como alternativa aos partidos tradicionais, mas que, ao longo do tempo, têm gerado mais conflitos do que soluções.
O Partido Chega deve ter tido génese no provérbio português “Bem prega Frei Tomás, faz o que ele diz, não faças o que ele faz”, pois não se apresenta como uma alternativa séria, carece de capacidade para agregar consensos e está marcado por casos criminais e comportamentos antidemocráticos — desde condução sob influência de álcool, acusações de assédio e furto qualificado até casos de pedofilia. Aqueles que prometeram “limpar” o país demonstram comportamentos........
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