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Lisboa sem glória

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13.09.2025

O Elevador da Glória descarrilou e matou 16 pessoas. Os mortos são o espelho de uma Lisboa internacionalizada pelo turismo e não só. A par de 5 portugueses, morreram pessoas de 7 nacionalidades desde o Canadá até à Coreia do Sul e à Ucrânia. Isso ajuda a explicar a grande atenção ao caso, durante alguns dias, na imprensa de todo mundo. Além de se procurar aliviar o sofrimento dos feridos e a dor dos familiares dos mortos, bem como de os compensar, precisamos de esclarecimentos céleres e rigorosos, que permitam avançar com medidas que garantam que será possível evitar que isto se repita, seja em Lisboa, seja noutras partes do país.

O que mais se pode dizer sobre o caso? Alguma coisa do ponto de vista da política interna e também da imagem global do país.

Não devíamos misturar política com um acidente deste tipo? Se há questões profundamente políticas são as de vida ou de morte. Não há maior dever do Estado do que proteger a vida dos cidadãos. Garantir uma melhor defesa contra ameaças e riscos é a razão de ser da criação de qualquer comunidade política. Falhanços nessa missão podem ter uma razão técnica, mas são profundamente políticos. Isso é diferente de um aproveito populista da desgraça alheia, porém, até por isso, este não pode ser um tema tabu. Na era das teorias da conspiração alimentadas pelas redes sociais isso só incitaria suspeitas pouco saudáveis.

A grande questão do momento parece ser se alguém se devia demitir? Não tenho resposta taxativa. Há argumentos para defender uma resposta negativa, por exemplo, por regra os........

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