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Pedro Nuno e a instauração do fiasco

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01.06.2025

As definições de fábrica de PNS são incompatíveis com um PS viabilizante da “direita”. Como líder, teve de ceder no OE, mas a contradição foi insanável, tendo ficado à vista a derrota da sua essência.

Ter o mais alto cargo de direção é uma coisa no papel, coisa distinta é a confiança sentida e a autoridade percebida pelos outros (membros do grupo e pessoas de fora). Ter convicções muito fortes ao ponto de serem parte da autoidentidade, sendo elas conhecidas por todos, é muito bonito. Até ao momento em que elas são traídas. Um líder partidário que as tem e as propaga mas não age em conformidade com elas, indo mesmo em sentido oposto, instaura automaticamente o seu fiasco, pois a partir daí deixa de haver respeito simbólico pela sua personalidade liderante. Não é por acaso que o que muitos políticos fazem, estrategicamente, é não protagonizar manifestações histriónicas das suas posições em assuntos centrais: vão andando e vendo o que podem fazer.

Saído do lugar cimeiro do PS no rescaldo do desastre eleitoral do passado dia 18 de maio, Pedro Nuno Santos já havia assinado sem saber a sua derrota política quando, contra a sua essência e teses que advoga, se absteve no Orçamento do Estado do Governo da AD. É claro que o chumbo da moção de confiança ao Executivo de Luís Montenegro foi o gatilho que acelerou o processo da sua queda formal com novas eleições, mas reitero que me refiro à votação orçamental. O agora ex-líder sempre cantou aos quatro ventos que a “direita” é demoníaca, cultivou a batalha armada contra ela........

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