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Os Políticos Ainda Se Conhecem? 

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22.03.2025

Dizer que o ambiente político do Ocidente está degradado é um eufemismo. Do crescimento de movimentos e partidos ultranacionalistas, com laivos de racismo e xenofobia, ao reaparecimento de partidos da extrema-esquerda, o que se passa afinal com a política dos países que nos habituámos a ver como democratas e moderados?

Em qualquer canal noticioso “do cabo” podemos encontrar infindáveis horas de análises, sobre como os partidos moderados não estão a saber responder às ânsias do eleitorado. Eu pergunto-me, será esta a causa? Penso que que não será a única, e o recente caso Spinumviva pode dar-nos algumas pistas; nomeadamente o que se passou na discussão da Moção de Confiança apresentada pelo Governo da Aliança Democrática.

É verdade que os partidos tradicionais têm andado um pouco desligados da realidade que os circunda, mas não tenho a certeza de que esse seja o principal motivo da sua queda eleitoral. Arrisco até, dizer que os grandes líderes políticos da nossa História não foram aqueles que melhor souberam escutar os seus eleitorados, mas antes aqueles que melhor souberam explicar aos seus concidadãos quais os temas e as problemáticas nas quais se deviam focar. Penso que o problema estará menos no conteúdo e mais na forma da política actual.

Em 1956, no livro Profiles in Courage, o então Senador John F. Kennedy rejeitava a ideia de que a sua função fosse de mero espelho da vontade popular: “Tal ponto de vista pressupõe que a população de Massachusetts me mandou para Washington para servir apenas de sismógrafo com a função de registar as mudanças de opinião pública”. Já Churchill, quando lhe aconselharam que estivesse “com um ouvido no........

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