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A morte das bandas e o triunfo do algoritmo

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04.08.2025

Os Oasis voltaram, e estou em delírio. Para um quarentão que viveu a sua juventude nos anos 90 e gostasse de boa música, os Oasis eram uma banda essencial. Na altura, nem conhecia bem os Beatles, até conheci primeiro os Oasis (sacrilégio!). Estou muito feliz em vê-los voltar para esta digressão em que vão tocar todas as grandes músicas. Não estive presente em Cardiff no primeiro concerto nem estarei nos milionários concertos, mas mesmo assim é bom. Desenterrei novamente as músicas deles à guitarra e tem sido excelente.

Não deixa de ser curioso que hoje já não há bandas como os Oasis, nem sequer bandas. Como dizia bem Noel Gallagher, guitarrista e fundador dos Oasis, a indústria musical mudou e a boa música não está nos tops. Por várias razões.

Eu cresci numa época áurea de bandas, os anos 80 e 90: posso-me orgulhar de que apenas no ano de 1991 assisti à saída de um cluster de álbuns altamente influentes que foram lançados na música pop numa rápida sucessão: no espaço de apenas umas semanas, “Black Album” dos Metallica, “Ten” dos Pearl Jam, “Use Your Illusion I & II” dos Guns N’ Roses, “Nevermind” dos Nirvana e “Blood Sugar Sex Magik” dos Red Hot Chili Peppers chegaram às prateleiras e aos tops. Todas as bandas que, passados 30 anos, ainda ouvimos atualmente e que a geração Z adotou como suas — vejam como usam as t-shirts destas bandas e como muitas ainda atuam. Pergunto o seguinte: ainda ouviremos Beyoncé, Taylor Swift, Harry Styles, Dua Lipa, daqui a 30 anos?

Nos anos 90, os tops da música pop e rock estavam repletos de bandas que moldaram uma geração: Nirvana, Oasis, Pearl Jam, Radiohead, Red Hot Chili Peppers. Esses nomes, mais do que simples artistas, eram símbolos culturais, espelhos de um tempo em que a música........

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