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Autonomia: uma antologia a não esquecer 

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20.06.2025

A segunda semana de junho, no meio do seu calor tanto provindo das condições climatéricas, como do ambiente político vivido, ou, pelo menos, sobrevivido, detém, este ano, e, até ver, somente neste ano, onde se celebram os 50 anos da Assembleia Constituinte, uma importante coincidência. Na segunda-feira, 9 de junho, celebrou-se o Dia dos Açores e, quando batiam os relógios batiam a meia-noite, o Dia de Portugal. A coincidência, talvez feliz acaso de uma infeliz escolha de dia, como veremos, deve levar a uma nova consciencialização daquilo que significa a primeira efeméride sob a égide do que a guiou, a autonomia, para quem a vive ou viveu, certamente com mais empenho, podendo ajudar a refletir sobre o que concluir da segunda.

Porque neste junho, há 50 anos atrás, não se comemorou da mesma forma. Não falo da prevalência do antigo regime, essa sim finalmente ultrapassada nesta altura, mas nos hábitos que perduravam nos arquipélagos já no último quartel do século passado.

Descobertos no Século XV, os arquipélagos viveram, durante a sua história, uma espécie de abandono condenatório. Não por um particular ódio vivido por quem os administrara, na medida em que não se viveu, nestes planos, os aproveitamentos coloniais presentes em outras secções do mundo, mas simplesmente porque o Continente (assim ainda hoje o nome dado à Metrópole) sempre se organizou de forma a impedir um coeso desenvolvimento das suas regiões arquipelágicas. Foi neste Portugal que se sentiu o duro peso do centralismo, que impediu o desenvolvimento normal das várias gerações que tomaram as ilhas por casa. A prosperidade, rara que era, parecia que vinha em ciclos: vinha o pastel, ia........

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