Precisamos de novos tempos para os detentores
Trabalhar no governo, no Estado, é uma missão que cada um desempenha segundo as suas matrizes de responsabilidade e de honra. Trabalhar no governo ou no Estado deveria ser entendido como serviço público e um serviço à nação.
Olhando para caso de Portugal e para a perceção pública sobre os ocupantes de cargos públicos, parece claro que a grande parte da população olha para estes cidadãos com alguma desconfiança. Há sempre a piadola e a boquinha do carreirismo político, do cartão do partido, ou da relação de parentesco ou amizade, que estes cidadãos eventualmente possam ter.
Se esta perceção é rigorosa ou verdadeira? Não é possivel certificar-nos disso, mas que ela existe não há a mais pequena dúvida. Se esta perceção é justa e devidamente fundamentada? Não podemos dizer com toda a certeza que sim, mas que nos últimos vinte anos muita tinta – real e informática – correu sobre casos e casinhos nas nomeações de certos indivíduos, casos e casinhos sobre a idoneidade de outros indivíduos, ou sobre alegações, verdadeiras, semiverdadeiras ou mesmo falsas sobre cidadãos que ocupam cargos públicos.
Infelizmente, os titulares de cargos públicos estão quase sempre envoltos numa névoa de desconfiança. Seja ela justificada pelo exemplo de ex-detentores de cargos públicos que prevaricaram e cometeram delitos, manchando assim a imagem dos detentores de cargos públicas, seja ela injustificada, devido à simples perceção de que um detentor de cargo público beneficia e beneficiará sempre de um favorecimento na sua nomeação ou no desempenho do seu trabalho.
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Se existem detentores de cargos públicos sérios e competentes? Claro que sim! Felizmente que sim. O problema é que, quando um detentor de cargo público comete um ilícito, uma ilegalidade, comete um ato imoral, irracional ou incompetente, todos os detentores de cargos públicos verão a sua imagem afetada. É uma consequência de ser detentor de um cargo público, é uma consequência de fazer parte de um grupo de indivíduos que, dada a natureza de especial responsabilidade da função que desempenha, que a cada erro de um dos seus pares, a sua imagem geral é danificada.
Por esta Europa fora, por este mundo fora, ser convidado/nomeado para........
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