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IDL – No seu cinquentenário, um testemunho

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Cumprem-se no dia 6 de Outubro 50 anos de vida associativa do Instituto Democracia e Liberdade também denominado IDL – Instituto Amaro da Costa (a partir de Abril de 1981) em homenagem àquela figura do mesmo nome tragicamente desaparecida em “Camarate”.

Lembro aqui os seus fundadores também ligados aos primórdios do Partido do Centro Democrático Social – CDS: Adelino Amaro da Costa, Basílio Horta, Emídio Pinheiro, Eugénio Anacoreta Correia, José Macedo Pereira, Pedro de Vasconcelos e Vítor Sá Machado.

Nasceu então, e conforme consta dos respectivos estatutos, para a “investigação dos fenómenos culturais, sociais, económicos e políticos determinantes do livre exercício da democracia em Portugal, nomeadamente os que respeitem à democracia cristã, e bem assim a formação de quadros que naqueles grandes vectores da actividade humana promovam o exercício da democracia e da liberdade” assumindo-se na expressão daquele seu patrono como “um espaço cultural aberto às grandes questões do homem contemporâneo, no seu confronto com o Estado e no seu empenhamento comunitário. Não, porém, um espaço neutro, mas que no personalismo cristão encontra a sua raiz, a sua luz e o seu método”.

Neste quadro de apresentação histórica registe-se a qualidade de Pessoa Colectiva de Utilidade Pública que o IDL possui desde1982; e bem assim a de ONG – Organização Não Governamental desde1985, o que nesse mesmo ano e propósito permitiu a sua eleição como coordenador da primeira plataforma portuguesa das ONG’s e seu primeiro representante junto da Comissão Europeia (Comité de Liaison das ONG’s – CEE), funções corporizadas na pessoa de Eugénio Anacoreta Correia, então Presidente do IDL.

Salienta-se, ainda, que esta Associação Política se constitui, actualmente, como a mais antiga do género nascida post-25 de Abril e a única, e bem cedo, a descentralizar a sua actividade com a criação de Delegações no Porto (1976), “significativamente” depois também em Lisboa e mais tarde no Funchal. Sublinho o papel essencial e decisivo que Adelino Amaro da Costa, primeiro, e, logo de seguida, com Freitas do Amaral, Sá Machado e Emídio Pinheiro, desempenharam junto da FKA – Fundação Konrad Adenauer na criação de condições de solidariedade daquela entidade para com o Instituto e em praticamente seis meses e plena fase de vertiginosa e incerta revolução.

É devida, na circunstância, uma palavra especial de gratidão ao Presidente da FKA, Dr. Bruno Hecke, e outra a Von Hassel, ambos ministros ainda com o Chanceler Konrad Adenauer e aquele último Presidente da UEDC – União Europeia das Democracias Cristãs –, qualidade em que, como convidado, também esteve no célebre 1º Congresso do CDS, a 25 de Janeiro de 1975, no Palácio de Cristal do Porto, vítima, como os demais, de sequestro que a História já tratou…

A acção política não se esgotava, assim, na sua expressão partidária, antes ganharia muito com entidades que doutrinariamente se identificassem com aquela mas que, além do seu trabalho de formação política de quadros e dirigentes no seu seio, tivesse autonomia não apenas jurídica, mas que concitasse diálogo e colaboração de outras pessoas e Instituições que, em tudo, valorizariam a afirmação democrata-cristã, assim também mais preservada das oscilações próprias do “jogo” político.

O primeiro Presidente seria Vítor Sá Machado, verdadeiro esteta da política que logo impregnou o IDL de uma postura de rigor e, diria, de suave odor académico. A ele se ficaram a dever os primeiros e notáveis “desenhos” do que viria a ser a Revista “Democracia e Liberdade” e, por exemplo, o empenho decisivo colocado no trabalho de um Grupo de Pesquisa sobre a descolonização portuguesa dado à estampa em “Edição do IDL”, em dois volumes:” A Descolonização Portuguesa – Aproximação a um estudo”, ambos concluídos em 1977 e publicados em 1979 e 1982, respectivamente. Trata-se de uma obra comprovadamente incontornável sobre o tema, amplamente citada, até pelo seu pioneirismo, em estudos sempre procurados e por completar. Ainda no seu tempo, a Fundação Konrad Adenauer iniciará a organização de Seminários, na então República Federal Alemã, para políticos portugueses. Sá Machado assume os “Negócios Estrangeiros” no II Governo........

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