A cidadania não saiu da sala de aula, voltou com propósito
Foram dias de alarme fabricado, histeria moral e desinformação em cadeia. Comentadores exaltados e editoriais inflamados. Tudo porque o Ministério da Educação decidiu fazer o impensável: pôr ordem numa disciplina que durante anos foi uma colcha de retalhos ideológicos.
Vamos aos factos: a sexualidade não foi eliminada do currículo. Continua lá, abordada com clareza em temas como saúde, consentimento, puberdade, empatia e relações humanas. O que desapareceu, isso sim, foi o improviso militante, a ideia de que qualquer escola podia tratar temas complexos como identidade de género da forma que quisesse, sem critério pedagógico, sem formação adequada, sem ciência.
A nova proposta tem um mérito óbvio, devolve coerência e seriedade ao ensino. Coloca a sexualidade onde deve estar, nas áreas da saúde e das ciências. Não, biologia não é uma ciência social. Não serve para catequeses modernas sobre como devemos sentir ou identificar-nos. Serve para ensinar, com base em dados, evidência e método.
Nos últimos anos, a........
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