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Até que a imortalidade nos separe

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12.09.2025

Uma das mais fabulosas histórias da política internacional conta que, quando Nixon visitou a China em 1972 e perguntou ao primeiro-ministro Zhou Enlai o que pensava da Revolução Francesa, este terá respondido: “Ainda é muito cedo para dizer”. O Presidente americano não poderia ter regressado mais impressionado. Quanta prudência! Que resposta mais sintomática da famigerada paciência dos chineses e da sua capacidade para olhar a imagem completa! Que sinal mais eloquente das diferenças que separavam Oriente e Ocidente e que, decerto, um dia não muito longe, dariam, enfim, vantagem ao primeiro…

Foi a mesma maneira de ser que nos pareceu reconhecer na semana passada, na conversa entre Xi Jinping e Putin, alegadamente captada por acidente: “Antes, era raro alguém viver para lá dos 70 anos”, disse o Presidente chinês para o russo. “Hoje, aos 70, ainda se é uma criança.”

Bom, pensa o cronista do alto dos seus 44, enquanto descruza e volta a cruzar as pernas para evitar um pé já meio dormente e um joelho que anda a chiar há três dias, comecemos pelo contexto. A conversa deu-se no outro dia em Pequim, quando Xi (72) e os seus convidados Vladimir Putin (73 dentro de poucas semanas) e Kim Jong-un (41) subiam para a tribuna donde iriam observar a grande parada comemorativa dos 80 anos do fim da Segunda Guerra. A CCTV – isto é, a Televisão Central da China que, feliz coincidência, tem a mesma sigla com que por cá nos........

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