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Contas claras antes dos carris da Alta Velocidade

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21.06.2025

Portugal prepara-se para investir milhares de milhões de euros na concretização de um dos mais ambiciosos projetos ferroviários da sua história recente: a linha de alta velocidade entre Lisboa e Porto. Num país onde frequentemente grandes obras públicas acabam por se transformar em projetos polémicos, ora por derrapagens financeiras, ora por insuficiências na sua utilização, torna-se urgente refletir cuidadosamente sobre os pressupostos fundamentais deste investimento. Entre esses pressupostos, destaca-se um fator crítico e tantas vezes esquecido: a transparência rigorosa e antecipada do modelo de cálculo da Tarifa de Utilização da Infraestrutura (TUI).

É evidente que uma infraestrutura desta natureza implica compromissos financeiros significativos, com retorno dilatado no tempo e riscos operacionais expressivos. No entanto, esses riscos podem e devem ser mitigados desde o primeiro momento, através de uma definição clara e rigorosa do que custará utilizar essa infraestrutura. Não se trata apenas de estabelecer um preço a cobrar aos operadores futuros, trata-se de assegurar ao contribuinte português que o seu dinheiro está a ser aplicado num projeto cuja sustentabilidade económica e financeira foi devidamente validada, analisada e explicada à sociedade.

Olhando para experiências internacionais semelhantes, como a espanhola ou a italiana, torna-se claro que a definição prévia da TUI não é um mero detalhe técnico, mas sim um pilar central de........

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