Reclusos a construir casas, ideia disruptiva para Portugal
Portugal vive uma das maiores crises de habitação das últimas décadas. Famílias inteiras esperam anos por uma casa condigna, as rendas sobem a um ritmo insustentável, e o parque habitacional público continua manifestamente insuficiente. Ao mesmo tempo, o setor da construção civil clama por trabalhadores, não há quem queira ocupar as centenas de vagas em aberto.
Curiosamente, o país tem, hoje, cerca de 12 mil reclusos, muitos dos quais em idade ativa, disponíveis para trabalhar e ansiosos por uma oportunidade de se reabilitar. O sistema prisional, no entanto, oferece pouco mais do que rotinas fechadas, inatividade forçada e uma reinserção adiada — ou comprometida — para o momento da libertação.
É neste cruzamento entre escassez de mão-de-obra, emergência habitacional e subutilização do potencial prisional que propomos uma ideia simples, mas estruturalmente disruptiva: e se usássemos reclusos voluntários e devidamente formados para construir casas em Portugal?
Não é trabalho forçado. É uma política........
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