A casa desviada
Há uma ideia de casa que não é apenas abrigo. É estrutura moral, espessura cívica, gesto político silencioso. A arquitetura, quando serve a habitação coletiva, não se limita a erguer paredes: organiza a permanência, ampara o quotidiano e desenha a dignidade no território.
O que dizer, então, quando essa missão é desvirtuada? Quando edifícios concebidos sob o signo da equidade, erguidos com apoios públicos e legitimados pelo discurso da justiça social, são desviados do seu fim original para se converterem, quase de forma expedita, em bens de exploração turística?
Não se trata de um mero desvio........
© JM Madeira
