Licença para poluir
As grandes companhias: O Ambiente como Estratégia Política, não como urgência real
As maiores companhias do mundo são responsáveis por uma parte significativa da poluição global. Mas, em vez de assumirem um compromisso genuíno com o planeta, muitas transformaram o ambiente numa questão estratégica e política, tratada em conselhos de administração e campanhas de marketing, mas distante da prática real.
Relatórios de sustentabilidade, metas de neutralidade carbónica para 2050 e certificações ambientais proliferam nos comunicados e eventos corporativos. Contudo, na prática, estas ações funcionam sobretudo como instrumentos de reputação. O ambiente torna-se um tema de gestão de imagem e não uma prioridade operacional.
A contradição é evidente:
Enquanto comunicam compromissos futuros, muitas companhias continuam a aumentar emissões e dependência de combustíveis fósseis.
Em vez de investir em soluções regenerativas imediatas, optam por estratégias de compensação “a prazo”, diluindo responsabilidades.
Grande parte transfere para o consumidor a tarefa de resolver o problema ambiental, através do apelo ao “reciclar, reduzir, reutilizar” — medidas necessárias, mas claramente insuficientes.
O resultado é um défice estrutural de ação ambiental real. A sustentabilidade é tratada como agenda política de longo prazo, quando deveria ser........
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