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"Ninguém é totalmente bom nem totalmente mal": mocinhos, bandidos e o canguru viajante

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10.06.2025

"Ninguém é totalmente bom nem totalmente mal." Era assim que o saudoso professor Carlos Chagas, um dos grandes jornalistas brasileiros do século 20, referia-se às idiossincrasias de políticos e outras figuras públicas controversas. (Aqui, discordo do grande mestre: não é possível haver traço de bondade em genocidas de judeus e de palestinos, por exemplo.)

Porém, de forma generalizada, é fato que não podemos categorizar pessoas em boas ou ruins como fazemos com comida, filmes ou cantores. Da mesma forma, caímos em um erro grosseiro ao enaltecer ou demonizar coisas — entre elas, a inteligência artificial (IA).

Por muitos anos, nós convivemos com a IA, sem nos darmos conta. É ela quem corrige automaticamente o que escrevemos no celular e no computador — o que, muitas vezes, resulta em erros grosseiros. Também são os sistemas inteligentes os responsáveis por abrir o portão da garagem por reconhecimento facial.

Só fomos percebê-la, contudo, quando começaram a se popularizar os aplicativos de IA generativa, um modelo que aprende padrões de dados humanos para, depois, gerar conteúdos. Primeiro, houve um assombro típico das reações causadas pelas maravilhas da tecnologia. Todo o mundo testou a versão gratuita do ChatGPT para fazer poesia, escrever letra de música ou pedir resenhas, para ver até onde a máquina é capaz de "criar".

Depois, veio o medo. E se, como nos filmes de ficção científica, os sistemas ganharem vida própria, tornarem-se mais........

© Correio Braziliense