Fideuá e vinho, numa tarde de afeto
“A amizade conduz sua dança ao redor do mundo”
Epicuro
Minha mãe faleceu no dia 1º de julho, aniversário do meu compadre Pedro Gonçalves, um dos melhores advogados trabalhistas do Brasil, nem o cumprimentei, de fato não lembrei, apesar de ele ter tido a fidalguia de estar conosco; sendo assim o cumprimento por aqui.
Bem, apesar do luto, Celinha e eu tínhamos que decidir se manteríamos, ou não, um almoço com alguns poucos amigos, havia semanas que estava agendado um almoço para o sábado e havia quase um ano que não nos encontrávamos aqui em casa; nos encontramos na casa do Lejeune Mirhan, mas não aqui em casa; a Celinha, sempre delicada e empática me perguntou se deveríamos cancelar o almoço; minha resposta foi imediata: “Não. Vamos manter o encontro, pois, o que eu mais preciso é estar com meus amigos”.
Não sei se a Celinha foi pega de surpresa, fato é que foi mantido o encontro e ainda convidei minhas irmãs, uma delas veio e, ao chegar, foi colocada pela Celinha para trabalhar na posição de "Sous chef".
“Viver o luto”, que é um processo natural, é muito pessoal, cada um de nós o vivencia de uma forma e eu, confesso, gosto de estar com quem amo e, creiam, amo os meus amigos.
Não há nenhuma novidade nisso. Comte-Sponville escreveu: “A alegria de amar, ou o amor como alegria, que não se reduz à falta ou à paixão. Não que as exclua: pode-se sentir falta dos amigos como a tudo o mais, e não é raro amá-los apaixonadamente.........
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