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O crescimento da direita na América Latina

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Os processos eleitorais em vários países da América Latina indicam a tendência de crescimento de governos de direita e de extrema-direita. Essa tendência é evidenciada pelas últimas eleições presidenciais em El Salvador, Argentina, Costa Rica, Panamá, Equador, Paraguai e Bolívia. A vitória de Trump nos Estados Unidos, em 2023, vem se tornando um elemento catalisador da direita nas Américas e impulsiona ainda mais essa tendência.

A direita poderá ampliar sua força com as eleições no Chile em novembro/dezembro. Embora a candidata do Partido Comunista, Jannette Jara, lidere com pequena vantagem nas simulações de primeiro turno, ela seria derrotada pelo candidato direitista José Antonio Kast, nas simulações de segundo turno, por uma diferença de 11 pontos. Outra eleição crucial para determinar os rumos desse jogo são as eleições colombianas, que acontecerão em maio de 2026. Miguel Uribe, que era o candidato da centro-direita e vinha liderando as intenções de voto, foi morto a tiros. As projeções continuam sendo negativas para os candidatos de esquerda.

Vários fatores explicam a configuração e o fortalecimento da tendência direitista. O primeiro deles está relacionado às consequências da pandemia. Os governos pandêmicos e imediatamente pós-pandêmicos sofreram essas consequências: Biden, Fernández, Iván Duque/Gustavo Petro, Sebastián Piñera/Boric, Bolsonaro e Luis Arce são alguns exemplos de governos imbricados com a pandemia e suas consequências, que sofreram ou vêm sofrendo dificuldades de desempenho. Claro que em cada um deles há um conjunto de singularidades agregadas que potencializam os aspectos negativos. López Obrador foi uma exceção no México.

Ocorre que a pandemia agravou as dificuldades sociais e econômicas, aumentando as desigualdades e provocando um quadro de inflação e juros altos, de desemprego e de baixo crescimento. A pandemia também agravou a crise de representatividade, aprofundando o distanciamento entre o sistema político e os partidos em relação às suas bases sociais e eleitorais.

A rigor, as desigualdades vinham se agravando........

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