Freguesias: menos estruturas, melhor serviço
Há debates que nunca parecem morrer em Portugal. O das freguesias é um deles. Fala-se de proximidade, identidade local, tradição, bairrismo. Mas raramente se aborda o que realmente importa: serviços públicos eficientes e sustentáveis. No meio da espuma dos dias, esquecemos o essencial – não é o número de freguesias que melhora a vida das pessoas, mas sim a forma como são geridas.
A recente decisão do governo de avançar com a desagregação de freguesias, mesmo após o veto presidencial, reacende uma questão crucial: estamos a priorizar estruturas políticas ou a verdadeira eficiência no serviço público?
As freguesias, originalmente unidades eclesiásticas, evoluíram para estruturas administrativas que, durante séculos, fizeram sentido num país de difícil mobilidade e comunicação limitada. Contudo, antes de 2013, Portugal contava com mais de 4.000 freguesias, muitas delas demasiado pequenas para garantir uma gestão eficaz. Esta fragmentação resultou em redundâncias, burocracia e ineficiência. Enquanto outros países europeus consolidavam as suas administrações locais, Portugal mantinha um mapa territorial desatualizado, mais preocupado com equilíbrios políticos do que com uma gestão moderna.
Em 2013, a reforma........
© Observador
