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Declínio e Queda

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20.03.2025

O fim do Império Romano sempre cativou a imaginação do Ocidente. Afinal, se esta superpotência da Antiguidade, que durante tantos séculos dominou o mundo conhecido, pôde cair, o que nos impede de vir a partilhar desse cruel destino? Os mais optimistas descartam este tipo de aproximações como dramatismos, os mais pessimistas profetizam a queda com um determinismo depressivo; cada notícia inflama a despreocupação de um ou a depressão do outro, mas algum dos dois terá razão? Na verdade, não é claro. A ruína dos Romanos não foi imediata, mas fruto de um lento declínio que se veio aproximando vagarosa e impiedosamente ao longo de largos anos. Por outro lado, a vivência do presente não beneficia do olhar retrospectivo daqueles que observam do futuro, o que significa que não é certo qual o grau de consciência histórica daqueles que actuaram nessa realidade, mas com certeza seria limitado na maior parte dos casos. Para que um dia não estejam outros a observar estupefactamente como se procedeu o nosso lento declínio, é importante que estejamos vigilantes. Há dois aspectos, retirados da experiência romana, que podem ser um bom ponto de partida.

Comecemos pelo menos polémico. A burocracia é característica necessária e inevitável de qualquer organismo que se quer eficiente, e quanto maior o organismo, mais complexa a burocracia. No entanto, o perigo desta é duplo,........

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