Veio a prova de fogo do fogo e Montenegro chumbou
Quando se é primeiro-ministro, deve haver imensos imprevistos. Uma pessoa sai de um avião e, sem fazer ideia porquê!, é detida por agentes da autoridade. Ou uma pessoa escolhe um chefe de gabinete e, surpresa!, ele aforra dentro de livros e caixas de vinho num gabinete do Palácio de São Bento. Enfim, haverá, amiúde, coisas de que um chefe de governo não está mesmo nada à espera.
Agora, quando se é primeiro-ministro de Portugal, há uma coisa que consegue ser mais certa do que, ao abandonar o cargo, deixar o país ainda mais próximo da pontinha da cauda da Europa: é que todos, mas todos os verões, se terá de lidar com o drama dos incêndios. Todos. Os. Verões.
Ou seja, alguém que se dedica, há décadas, a uma carreira política; alguém que vislumbra, há anos, a possibilidade de ser primeiro-ministro; alguém que já presenciou como vários outros primeiros-ministros lidaram — por norma tão bem — com os incêndios de verão; alguém que terá escutado, na primeira aula, do primeiro dia, da Meninice Social Democrata:
— Meninos, hoje o TPC é escrever 100 vezes a nossa........© Observador
