Big na América
O nosso problema com a América antes de ser político é religioso. Odiamos facilmente os líderes americanos não porque eles são politicamente o contrário dos nossos ideais, mas porque eles representam, mesmo que não nos apercebamos, uma revolução religiosa que quisemos manter longe desde o século dezasseis. Tudo o que nos parece ridículo na América é tudo o que nos parece radical no protestantismo. O nosso maior problema com a América continua a ser religioso, mesmo que tenha passado meio milénio da Reforma. O fenómeno atinge pessoas descrentes e vai até os líderes americanos que mais toleramos, obviamente democratas (nem o incensado Obama escapava a ser descrito como possuidor de um tom demasiado evangélico nos seus discursos).
Naturalmente, esta ideia não é minha. Nathan A. Hatch explica melhor no livro “The Democratization of American Christianity”, de 1989. “Depois do Segundo Grande Reavivamento [no final do Século XVIII e primeira metade do XIX] muitos americanos divorciaram liderança religiosa da posição social. Atribuíram autoridade a pregadores pouco qualificados para cargos públicos. Numa nação nova,........
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