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O presépio da ternura

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As memórias são as de muitos: noite de Natal fria numa vila do Alentejo, correria para a Missa do Galo, um boneco bem agarrado não fosse ele constipar-se. Entrar no carro com os olhos postos nas estrelas. Seria que quando voltássemos Ele já lá teria ido? Havia muitas casas e em algumas ele passava primeiro porque na peregrinação familiar dessa noite pelo menos em duas lá deixava alguns dos pedidos cuidadosamente escritos naquela carta posta no correio para o Menino Jesus. Mas não. Bem que espreitava à chegada, o presépio. Nada. Ele viria mas em cada manhã daqueles Dias de Natal. Descer as escadas a correr, um Pai, Mãe, venham ver. O gato a acordar estremunhado. O enfeite que invariavelmente........

© Observador


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