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Luta contra o VIH/SIDA: Urgência Global e Realidade Nacional

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02.12.2025

O Dia Mundial da Luta Contra a SIDA nasceu da iniciativa de James Bunn e Thomas Netter, da OMS, tendo sido oficialmente reconhecido pela ONU em 1988. Desde então, tornou-se um marco global que recorda tanto os avanços alcançados como os riscos de retroceder. E, hoje, mais do que nunca, esse alerta é urgente.

Contexto Internacional: Entre Progressos e Retrocessos

A Agência das Nações Unidas (UNAIDS) sublinha que a resposta ao VIH/SIDA é uma das histórias de maior sucesso da saúde pública: desde 2010, os esforços internacionais permitiram reduzir em 40% os novos casos. No entanto, o mais recente relatório “AIDS, crise e o poder de transformar” deixa um aviso claro: sem reforço da intervenção global, o mundo poderá enfrentar mais de seis milhões de novas infeções até 2029 e quatro milhões de mortes associadas. A epidemia não acabou — apenas mudou de forma e de geografia (ONU, 2025).

O lema deste ano, «Superar as perturbações, transformar a resposta à SIDA», traduz precisamente essa encruzilhada. Os cortes de financiamento internacional não são meras linhas nos relatórios: significam menos acesso à prevenção, menos testagem, menos tratamento e vidas colocadas em risco. Simultaneamente, evidenciam a extraordinária resiliência de muitos países e comunidades que, apesar da escassez de recursos, se recusam a abdicar das conquistas de décadas na luta contra o VIH.

Mas a resiliência tem limites. Os progressos científicos transformaram o VIH numa doença crónica controlável, mas essa conquista criou também uma perigosa ilusão de segurança. A diminuição do investimento em campanhas de prevenção, o enfraquecimento dos programas de educação sexual, a redução da testagem e a persistência do estigma expõem as fragilidades........

© Observador