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O dia em que Marcelo foi um ativo russo

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03.09.2025

Marcelo Rebelo de Sousa é um professor de excelência, sofisticado jurista, comentador de sucesso e com uma empatia e social skills que lhe têm permitido afirmar o desígnio de Presidente dos afetos. O estilo de Presidência foi tão peculiar que, como já foi escrito, não haverá outro igual. Apesar das críticas permanentes da tão afamada bolha política, a popularidade de Marcelo no terreno mostra que, provavelmente, seria eleito para um terceiro mandato se a Constituição o permitisse.

A natureza de Marcelo e a sua hiperatividade intelectual é, muitas vezes, autofágica. Foi essa mesma propensão para a trica palaciana que levou Francisco Pinto Balsemão, no livro de memórias, a classificá-lo de escorpião, na célebre lenda com a rã.

O Presidente teve vários episódios infelizes ao longo do mandato que só não podem ser apelidados de gafes porque o chefe de Estado quis mesmo dizer o que disse. E desengane-se quem, na tentativa de o diminuir, diz que está chalupa, lelé da cuca ou cheché, Marcelo está na plenitude das suas capacidades. Que muitas vezes se viram contra ele.

Ninguém esquece que Marcelo disse que os números de abusos na Igreja não eram “particularmente elevados”. Mesmo que tenha tentado corrigir, houve vítimas que se sentiram ofendidas. Essa foi um falha com consequências, mas não diplomática. Quando comentou o decote de uma jovem emigrante no estrangeiro (“ainda apanha uma gripe”) foi deselegante, não dignificou o cargo, mas não beliscou a imagem externa do País.

Pelo caminho houve outras........

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