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Sacos de Lixo nas Ruas de Lisboa: os Dados Falam Mais Alto

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27.08.2025

Todos os lisboetas já se confrontaram com a mesma visão: sacos de lixo abandonados junto a um ecoponto, resíduos amontoados numa esquina, ou restos domésticos largados nas caldeiras das árvores, por vezes nos mesmos locais e há muitos, muitos anos. A indignação é legítima: mas é quase sempre tratada como uma simples questão de “percepção”. Muitos políticos locais (Juntas e Câmara Municipal) apressam-se a desvalorizar as críticas como “exageradas”, “politizadas” ou “casos pontuais”. E os argumentos tornam-se um duelo de opiniões: estéril e improdutivo enquanto a cidade se degrada cada vez mais, lixo após lixo.

Mas e se houvesse uma forma de medir, com objectividade, o estado da higiene urbana de Lisboa? E se fosse possível transformar percepções em métricas, e sensações em evidência? Foi esse o esforço feito por um estudo independente publicado no final de 2024 que organizei juntamente com mais alguns amigos: , intitulado “Sacos de Lixo na Rua Uma História de Lisboa”. O estudo recorre a uma fonte invulgar – mas sólida – para medir a presença de resíduos mal acondicionados em torno dos ecopontos da cidade: as imagens de rua do Google Street View. Idealmente estes dados deviam constar na plataforma de Dados Abertos da CML mas, nessa omissão avançámos com o que foi possível: o Google Maps.

Como foi feito o estudo?

A metodologia tem tanto de simples como de engenhosa (modéstia à parte). Através da base de dados (incompleta, mas funcional) da Câmara Municipal de Lisboa, foram identificados 655 ecopontos e ecoilhas de superfície activos na cidade. Depois, usando o histórico do Google Street View, foi registada a presença ou ausência de resíduos visíveis junto a esses........

© Observador