A Guerra às Drogas: entre o Pragmatismo e a Mmudança
O debate sobre a política de drogas em Portugal continua a suscitar opiniões apaixonadas e reflexões profundas sobre a eficácia das estratégias actuais. Na minha opinião começa a ser criado um consenso crescente: o de que a tradicional “guerra às drogas” falhou. Consequentemente acredito ter, por esta razão, chegado ao tempo de abraçar soluções mais pragmáticas e humanas.
Com efeito, a realidade é incontornável: décadas de políticas repressivas não conseguiram travar o consumo de drogas. Acredito que quem quer beber ou fumar ou usar droga, vai sempre encontrar formas de o fazer: legais ou ilegais. Esta constatação, longe de ser derrotista, representa o primeiro passo para uma abordagem mais realista e eficaz, que desperdiça menos recursos públicos que poderão ser assim melhor empregues em causas onde façam realmente a diferença e conduzir a um consumo mais racional dos dinheiros dos nossos impostos.
A experiência portuguesa com a descriminalização do consumo, implementada no início dos anos 2000, oferece a este propósito pistas preciosas. Na década de 1990, era comum ver pessoas a injetar-se nas ruas e reconhecer facilmente consumidores pelo seu aspecto........
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