Je Suis Charlie
Desde sempre fui um defensor da liberdade de expressão irrestrita. Sim, isso mesmo. Um extremista da liberdade de expressão. Defendi desde sempre que palavras não matam. E é objectivamente verdade: é impossível matar com recurso a palavras.
Esta minha posição sempre me valeu confrontos (por vezes engraçados, por vezes tensos) com conhecidos, amigos ou desconhecidos. Quando afirmava esta posição, as reacções do outro lado eram quase sempre idênticas, tanto na esquerda quanto na direita. De forma curta e direita: todos os que discordavam de mim defendiam que devem existir limites. O crime de assédio, ofensa, difamação, etc., eram realidades objectivas que eles consideravam suficientes para impor uma limitação à liberdade de expressão. Além disso, acreditavam que as palavras podem ser armas, capazes de manipular e levar outros a cometer crimes. O argumento recorrente era: temos liberdade de expressão, mas também temos de arcar com as consequências dessa liberdade.
Ou seja: liberdade de expressão sim, mas limitada. Ao que eu respondia sempre: se existe limitação, não existe liberdade. E considero que faz sentido o meu argumento. Quanto às consequências, defendia que deveriam ser sociais — críticas, repúdio público, reacção da sociedade — e nunca impostas pela força do Estado.
Hoje, no entanto, analisando os acontecimentos recentes, sinto que talvez esteja errado. Considerando que uma sociedade atinge o máximo da liberdade quando cada um dos seus elementos consente em abdicar de parte da sua liberdade, posso aplicar o mesmo raciocínio à liberdade de expressão. E se, nas outras questões que implicam que renunciemos a parte da nossa liberdade individual, o Estado pode intervir, porque não também na liberdade de expressão?
Mas aqui surge a questão central: quem decide a linha que limita a liberdade de expressão? Qual a bússola moral para esse efeito? Num Estado laico, sendo improvável recorrer ao metafísico,........





















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