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Contra factos não há argumentos. Há silêncio.

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05.07.2025

A Oficina da Liberdade, em parceria com o grupo LeYa, promove o lançamento de um livro sobre Javier Milei da autoria do professor Phillip Bagus, que estará nas bancas a partir do próximo dia 08 de Julho e que é prefaciado para a edição em Portugal pelo próprio Presidente da República Argentina.

É um livro que recomendo vivamente porque o fenómeno é mal compreendido em Portugal, em grande parte por desconhecimento do que aconteceu na Argentina no último quarto de século, mas também porque a generalidade dos politólogos, economistas e comentadores da actualidade em geral, parecem não possuir as ferramentas conceptuais para perceber o personagem. Colocar Milei no compartimento da alt-extrema-paleo-ultra direita revela uma preguiça mental a que, infelizmente, o pós-modernismo já nos habituou.

O pano de fundo é a Argentina, um dos poucos casos da História contemporânea de um país que foi desenvolvido, um dos mais ricos do mundo há pouco mais de um século, que caiu na indigência. Como Milei bem explicou, a causa dessa queda foi ter abraçado as políticas do Socialismo.

Só por esse motivo, por ter apontado correctamente o motivo do fracasso da Argentina, Milei começou atacado pela esquerda um pouco por todos os lados. Existe uma certa ironia nisso. Toda a gente sabe que o Socialismo fracassou, até a esquerda. De tal forma que muito poucos se afirmam socialistas em público e os políticos do quadrante evitam a palavra. Preferem substituí-la por eufemismos como “progressista”, ou “de esquerda” quando se referem à sua ideologia, ou chamar “justiça social”, “políticas igualitárias” ou “defesa das minorias” às políticas socialistas que continuam a implementar. Com a excepção de Portugal e Espanha onde continuam a controlar grande parte do aparelho estatal, a palavra “Socialista” desapareceu das siglas dos partidos do ramo. Mas quando Milei diz algo óbvio, que o Socialismo destruiu a sociedade e a economia argentina, é logo apelidado de fascista, como se isso não tivesse acontecido na URSS, na Coreia do Norte ou em Cuba. Ironicamente, o único país socialista que vai revelando algum êxito (em grande parte por ter abandonado o Socialismo versão maoísta) é a China. País que raramente a esquerda progressista utiliza como exemplo a seguir.

Mas o Socialismo não morreu, simplesmente mudou de pele como as serpentes. Na feliz expressão de Hayek, o Socialismo é um erro intelectual pelo que, na medida em que esse erro continue a ser cometido, o Socialismo continuará a prosperar. Especialmente quando esse erro passa despercebido. Um dos grandes triunfos da Economia enquanto ciência, foi desmascarar a pretensão de que o Socialismo era o caminho para uma sociedade mais próspera. Houve um tempo, que a esquerda actual prefere ignorar, em que os socialistas acreditavam que as economias socialistas, com o seu planeamento central e propriedade pública dos meios de produção iam ser mais prósperas que as outras. A famosa frase de Nikita Kruschev........

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