O véu integral e os limites do pluralismo democrático
A decisão do Parlamento português de restringir o uso de vestes que cobrem o rosto, como a burca e o niqab, em espaços públicos, gerou o habitual coro de acusações: intolerância, islamofobia, oportunismo político.
Mas, para lá da retórica, há uma questão mais profunda — e mais importante — em jogo: até que ponto uma sociedade democrática pode, e deve, definir os limites culturais que sustentam a sua vida comum.
O verdadeiro debate não é sobre rostos, mas sobre regras de convivência — sobre o direito de uma comunidade a negociar, dentro das suas tradições, as formas do “viver juntos”.
Toda a sociedade repousa num conjunto de entendimentos não escritos — um “contrato silencioso” que orienta a forma como nos apresentamos e convivemos. São hábitos sedimentados ao longo de séculos que formam a gramática invisível da vida social.
À medida que a imigração transforma a paisagem europeia, este contrato é posto à prova.
O sociólogo Christian Joppke descreve estes momentos como esforços das democracias liberais para “reafirmar as suas fronteiras” — não por medo do outro, mas para preservar a coerência interna que torna possível a diversidade. A nova lei........





















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