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As “Fátimas” antes de Fátima

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04.07.2025

O amor e a devoção do povo português à Virgem Maria, logo desde o início da nacionalidade, não é novidade para ninguém. Ilustres historiadores publicaram importantes textos sobre a relação do reino de Portugal com a Virgem, e não faria sentido retomar aqui o tema. O que pretendemos abordar é uma das expressões desse amor e devoção, a peregrinação, e referir os santuários marianos que mais se destacaram ao longo da história lusa. É isso que justifica o título desta partilha: as “Fátimas” antes de Fátima.

Como é sabido, uma das finalidades da peregrinação é de pendor penitencial, como testemunham muitos dos compromissos das confrarias medievais: o peregrino dirige-se com frequência a um santuário importante em espírito de expiação e conversão. Durante a Idade Moderna, isso foi também motivo para a insistência na frequência do sacramento da confissão. Mas, mais usual e característico dos santuários de grande afluência, são de destacar o espírito festivo e o culto, não apenas litúrgico (com a celebração dos sacramentos), mas também devoto, envolvendo o cumprimento de promessas, os ex-votos e outros atos da virtude da religião. Afinal, procuram-se nesses lugares especiais a proteção e a ajuda divina para as dificuldades do dia a dia.

Senhora da Oliveira, Guimarães.

Há muitos anos, o padre Avelino de Jesus da Costa referia a intenção do nosso primeiro rei, D. Afonso Henriques, ainda como príncipe, de fazer da Sé de Braga um templo nacional em honra de Santa Maria, a quem atribui então o título de “rainha” (e padroeira) de Portugal. É claro que os tempos ainda não eram propícios, e não consta que tenha havido grandes peregrinações à sé de Braga. Na verdade, só no século seguinte surgiriam os santuários capazes de atrair grupos de romeiros, cada vez mais numerosos, dando origem também à........

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