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Sobre o Renascimento e a emancipação da razão

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22.07.2025

Com o dealbar do período renascentista, a instrução académica deixou de estar exclusivamente sob a tutela das instituições eclesiásticas, readquirindo, em muitos casos, o paradigma de transmissão de conhecimento que vigorava na Grécia Antiga, em particular os modelos da Academia de Platão e do Liceu de Aristóteles. É certo que a Renascença contribuiu para o desvanecimento gradual da Escolástica e da ortodoxia do seu método de ensino, todavia, importa notar que as novas instituições universitárias preservaram diversos “parâmetros intelectuais” da Idade Média. Tal facto explica a indelével proximidade entre alguns pensadores escolásticos e renascentistas, designadamente no que respeita ao vocabulário e à própria definição conceptual dos termos.

A preservação desses parâmetros intelectuais revelar-se-ia fundamental também no advento da Modernidade, permitindo uma complementaridade notável entre a metafísica e as descobertas emergentes no campo da física, sobretudo a partir da reforma operada por Galileu, que viera alterar paradigmaticamente a mundividência científica. O Renascimento procedeu, com efeito, a um reavivamento da Cultura Clássica por meio da libertação da potencialidade da razão, que, como sabemos, durante a Idade Média sofrera uma forte constrição sob a égide tirânica da Igreja Católica.

Uma das características incontornáveis do pensamento renascentista é o retorno do fascínio pela natureza, que se traduz de forma muito clara nos escritos da época. A natureza deixa de........

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