O “Expresso” e a difícil neutralidade editorial
A última edição do Expresso divulgando os resultados da sondagem SIC-Expresso tem como título a letras grandes: “só o Chega sobe e pode atingir 21%” e como sub-título “Empate técnico entre PS e AD”. Na realidade só há dois candidatos a primeiro-ministro nas eleições de 10 de Março que são Pedro Nuno Santos (PNS) e Luis Montenegro (LM). Mas qualquer que seja o vencedor (e quem ganhar as eleições é o vencedor, convém recordar), não há dúvidas que haverá outro vencedor na noite de 10 de Março. Para além da manchete de primeira página, nas páginas centrais com os resultados da sondagem surge uma foto de quarto de página de um único político — André Ventura (AV) – omitindo todos os outros, inclusive PNS e LM. Uma boa foto vale por mil palavras e esta foto, de AV com os punhos fechados e ar de vencedor, não tenho dúvidas que terá sido de grande agrado do próprio, de muitos que votam Chega, e influenciará outros. Tudo isto são legítimas opções editoriais que não me parecem violar nem o regime jurídico das sondagens nem o da cobertura jornalística em período eleitoral. Parece, porém, que passámos da normalização de um partido para a........
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