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Um Papa comunista?

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24.04.2025

Não é politicamente correto da minha parte escrever estas breves linhas. Tenho plena consciência disso. O corpo ainda repousa quente. Mas, como no caso da morte de Otelo Saraiva de Carvalho – dadas as devidas distâncias – não me permiti esquecer o seu papel enquanto mentor e ator das FP 25 de Abril, agora também não me permito deixar passar certos comentários e atitudes de Jorge Mario Bergoglio.

Reconheço que vou contra a corrente e, muito provavelmente, serei criticado; malgrado, se os existencialistas têm razão, somente aquando da morte de um homem ou mulher, podemos verificar e avaliar a sua herança e o seu carácter. Com toda a honestidade é o que tentarei fazer. Trata-se de uma reflexão acerca do real valor e conduta do recentemente falecido Papa Francisco.

Acredito que outros se abstêm de semelhante exercício por vergonha ou por orgulho: se os primeiros não querem ser acusados de reacionários ou de ter simpatias – ou de ser membros – da Opus Dei, os segundos por não desejarem reconhecer que simplesmente não apreciam este Papa e a sua política. Também acredito que outros se mantêm em cima do muro; afinal, este mundo terreno é adornado por vários cinzentos. Outros, por fim, querem evitar uma questão que acham fraturante, um pouco à semelhança dos primeiros fiéis da Igreja primitiva, que pretendiam adiar a escolha entre a circuncisão e o prepúcio. Avancemos.

Não vou olvidar as coisas positivas que Francisco nos legou........

© Observador